Trazendo no seu lastro causos e piadas novas, e relendo algumas que o público geralmente cobra, o humorista Nairon Barreto, ou Zé Lezin, oferece além do humor escrachado uma bocado de estórias engraçadas que vem reunindo de algum tempo para cá. “Não tem mistério no que faço. Na verdade é porque faço com amor, com um carinho enorme pelas pessoas que acompanham minha carreira desde o início e pelos novos fãs do matuto”, disse Nairon.

Para quem conhece o trabalho do artista  de perto, talvez seja desnecessário dizer sobre seu empenho em defesa da Cultura Popular Nordestina. “Sou um apaixonado por Luiz Gonzaga, por Patativa do Assaré e pelos novos cantores de música nordestina como Flávio José, Maciel Melo e Pinto do Acordeon entre tantos outros”, diz.

 “Tem gente que pensa que a criação do personagem Zé Lezin e os repertórios que venho apresentando há décadas, não passam de uma brincadeira, mas se enganam”, diz Nairon. E se enganam mesmo. Quem o conhece de perto sabe que ele vive pesquisando, que já atuou em grupos folclóricos da Paraíba e que já gravou CDs nos quais alternava seus causos com registros de forró. “Sou um apaixonado pela arte do povo nordestino, que considero um manancial inesgotável e que ainda tem muito a ser explorado”, garante.

“Procuro tomar um banho de cultura popular para me inspirar”, diz Nairon, que prossegue: “deixo claro nos shows, que o matuto é uma pessoa altamente consciente e que o forte da piada não está na pimenta, está no enredo, e eu não me considero um piadista, eu conto causos”, ressalta. Contar piadas Nairon “Zé Lezin” Barreto faz no seu dia-a-dia, entre amigos, mas quando o negócio é levar um espetáculo ao palco, ele recorre aos aprendizados adquiridos dos tempos em que estudou no Liceu Paraibano e foi aluno de Dalvanira Gadelha. “Aprendi muito com ela e com o Tenente Lucena, figuras que precisam ser mais lembradas pelos serviços prestados à nossas tradições folclóricas na Paraiba”, sugere.

O sucesso do Zé Lezin ultrapassou as fronteiras estaduais e regionais, lotando teatros e outros espaços, em diversas cidades e estados do Norte ao Sul do país. Com seu trabalho admirado por Chico Anysio, teve  participação marcante no programa da TV Globo “A Escolinha do Professor Raymundo”. São 25 anos de Zé Lezin, e Nairon Barreto se mostra emocionado quando fala sobre isso. “Um quarto de século é uma marca importante e isso, sem que o público demonstre estar saturado do matuto. É um caso de amor recíproco”.

O show “A SAGA DE UM MATUTO” de Zé Lezin é um patrocínio da Loja Maçônica Segredo, Força e União Picoense, e o Venerável, Antônio Macêdo Júnior, informou ao A3, que as mesas e entradas individuais  já estão sendo vendidas antecipadamente pelos  membros. Disse ainda que a renda será revertida para obras realizadas pela Loja Maçônica em suas diversas linhas de atuação social.