Na manhã deste sábado (13), enfermeiros, técnicos e auxiliares realizaram uma caminhada percorrendo as principais ruas da cidade. A manifestação pacífica teve início no Hospital Regional Justino Luz, onde os profissionais seguiram com o apoio de um carro de som, até a Praça Félix Pacheco, centro de Picos.
O objetivo da manifestação é chamar a atenção da cidade para as reivindicações da classe. Além do reajuste salarial, a categoria luta por melhores condições de trabalho, pelo pagamento por insalubridade e enquadramento profissional, como também o pagamento do adicional noturno e da Gratificação de Incentivo à Melhoria da Assistência (GIMA), que é um incentivo para a melhoria da assistência à saúde.
De acordo com o vice-presidente do Sindicato dos Enfermeiros e Técnicos de Enfermagem do Piauí (SENATEPI), Wendel Marcos, que esteve em Picos para participar do ato, o intuito da manifestação é reforçar o movimento grevista. “Me desloquei da capital Teresina para cá justamente para dar apoio ao movimento local, uma vez que o Governo do Estado não nos recebeu para dar afirmativas positivas para nossas propostas”, afirmou.
Wendel Marcos, vice-presidente do do Sindicato dos Enfermeiros e Técnicos de Enfermagem do Piauí (SENATEPI).
Para Kellya Barros, Secretária do Sindicato dos Enfermeiros e Técnicos de Enfermagem do Piauí (SENATEPI), a manifestação tem como finalidade apresentar para a sociedade a real situação da categoria, que está sendo desvalorizada.
Kellya Barros, secretária do do Sindicato dos Enfermeiros e Técnicos de Enfermagem do Piauí (SENATEPI).
A categoria deflagrou greve por tempo indeterminado no dia 04 de fevereiro e já conta com a adesão dos profissionais das cidades de Teresina, Picos, Parnaíba, Piripiri, Campo Maior, Floriano e Bom Jesus. Outras cidades também já sinalizaram a adesão ao movimento grevista, como é o caso de Valença e Oeiras.
Com a greve, apenas 30% do efetivo de enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem estão trabalhando durante o movimento. Contudo, permanecem trabalhando também os prestadores de serviço do Instituto de Gestão e Humanização (IGH – OS), empresa que administra o Hospital Regional Justino Luz.
A respeito da decisão do Tribunal de Justiça do Piauí que decretou a ilegalidade da greve, o vice-presidente aponta que o Sindicato tomou conhecimento desse decreto através da mídia, pois o mesmo ainda não foi notificado sobre a decisão.
“Na verdade a greve ainda não foi declarada ilegal porque o mérito não foi julgado. O que o Tribunal está pedindo por enquanto é a antecipação de tutela para que todos os profissionais de enfermagem retornem ao trabalho”, explica o vice-presidente do Senatepi.
Wendel Marcos ainda afirma que mesmo com essa decisão do Tribunal de Justiça, o sindicato esteve em assembleia nesta sexta-feira (12) em frente ao Hospital Getúlio Vargas, onde a categoria decidiu por manter a greve.
“Assim que o Governo Estadual nos chamar para uma mesa de negociações e dessa mesa realmente sair uma proposta definida no papel, aí sim nós poderemos parar a greve, mas enquanto não tivermos essa negociação a greve continua”, afirmou Wendel.
Fotos: Elaine Luz/ A3Portal.