Ao pensar em mudanças no estilo de vida, sempre associamos a mudança a uma melhora significativa em nossa saúde, porém isso nem sempre é uma realidade.
Vamos analisar um caso corriqueiro ligado a alimentação: existem pessoas que resolvem mudar a alimentação, e seguem uma linha mais estrita de vegetarianismo, o qual não consomem nenhum tipo de alimento de origem animal nem seus derivados, porém, com a mudança, somente os alimentos de origem animal são retirados, e nada mais é acrescentado ao cardápio diário. Com este cenário em mente, pergunto: O que costuma ocorrer nestes casos? Passam-se dias, semanas, meses, e alguns problemas de saúde começam a surgir, problemas estes que não faziam parte do dia a dia da pessoa, e ao conversarem com amigos e mesmo com um médico, recebem belos “puxões de orelhas” por causa da “loucura” que fizeram, em mudar a alimentação deste jeito, e que não é possível alguém viver saudavelmente com uma alimentação tão pobre, e que devem de imediato voltar a comer “normalmente”, caso contrário o quadro clínico se agravará mais ainda.
Muito bem, vamos avaliar as questões envolvidas e as precauções a serem tomadas no caso de mudanças deste tipo.
Quando tomamos a decisão de mudar a alimentação, há uma série de fatores a serem considerados. Temos que entender em primeiro lugar que o objetivo da alimentação é trazer os nutrientes necessários à boa manutenção do nosso corpo, para que tenhamos disposição, vigor, e uma boa imunidade, e assim possamos desempenhar nossas atividades diárias com o melhor de nossa capacidade. Outro fator importante a entendermos, é de que nosso corpo tem necessidades básicas de vitaminas e nutrientes para que funcione adequadamente. Se por exemplo, ingerirmos alimentos que são fonte de cálcio em quantidade abaixo do que nosso corpo necessita, sofreremos uma carência deste elemento, o que resultará em problemas como descalcificação dos ossos, mais conhecido como osteoporose, tudo por não termos cálcio suficiente em nosso corpo.
Ok, então como faremos uma mudança na prática, e que realmente tenhamos saúde como resultado?
O primeiro e mais importante passo a ser tomado é a decisão de mudar, e se você já tomou esta decisão, parabéns! Se ainda não se decidiu, pense bem, vale a pena! Vamos seguir em frente com as dicas.
Em seguida vamos avaliar o seguinte: O que fazia parte da alimentação e que deixará de ser consumido? Procure saber quais são os nutrientes que estes alimentos continham, e quais alimentos serão introduzidos na nova dieta para que não haja carência destes nutrientes. Opte por introduzir alimentos que você tenha facilidade em encontrá-los, que de alguma forma tenha familiaridade, e que talvez o consumo era baixo, passe a consumí-lo com mais frequência e busque outras fontes deste mesmo nutriente. Muito bem, até aqui você pôde perceber que uma mudança com saúde não é tão simples quanto parece, mas os resultados valem o esforço. É necessário estudarmos um pouco da composição dos alimentos, e sabermos que nutrientes cada um possui, e qual é a porção a ser ingerida diariamente.
Já que estamos em ritmo de estudos dos alimentos, consideremos o próximo passo: Avalie de modo geral se o seu cardápio tem sido equilibrado, levando em conta quais são as necessidades de nosso corpo versus o que está sendo consumido. Você deve ter percebido que as suas refeições podem não estar assim tão equilibradas quanto imaginava. Caso você tenha alguma dúvida sobre como montar um prato vegetariano de modo equilibrado, clique aqui (http://www.tudoparavegetarianos.com.br/materias/alimentacao/como-montar-um-prato-vegetariano-equilibrado-por-roger-c-oliveira/) e leia uma matéria já publicada em nosso portal, e que vai lhe ajudar a compor um prato equilibrado.
Estabeleça horários para suas refeições e programe-se para elas. Realizar as refeições em locais tranquilos e sem pressa. Isso contribui para uma boa digestão e uma boa assimilação do alimento pelo nosso corpo. Evite refeições pouco antes de deitar-se. Prefira refeições mais leves à noite, e considere um intervalo de três horas entre o jantar e o momento de deitar. Atentando-se a isto, teremos uma melhor qualidade de sono, pois nosso corpo não estará mais trabalhando na digestão do alimento, e nosso corpo estará mais relaxado, garantindo uma boa noite de sono, o que também contribui para nossa saúde e disposição.
Outra mudança normalmente feita, mas que pode nos prejudicar se não for bem feita, é quanto ao que bebemos. Se a mudança é para que sejam ingeridos apenas água e sucos naturais, ótimo, porém não os consuma junto às principais refeições. A ingestão de líquidos com as refeições (almoço, por exemplo), prejudica e retarda o processo de digestão, mesmo que os líquidos sejam naturais. Por isso, prefira tomar líquidos até meia hora antes ou duas horas depois das refeições. Você perceberá uma incrível diferença após as refeições, não se sentirá tão pesado ou estufado, e a sua digestão ocorrerá de modo muito mais fácil.
Ainda sobre a água, procure tomá-la regularmente, como por exemplo: ao menos um copo a cada hora do dia, trabalhando naquela famosa regra geral dos oito copos por dia. Desta maneira quando chegar o momento da refeição, não teremos a sensação de sede, muito menos a tentação de beber algo com a refeição. Não beba grande quantidade de líquidos antes de deitar e, até mesmo durante a noite, pois a necessidade de urinar irá interromper a sequência do seu sono.
Parecem muitos detalhes, não é mesmo? Mas não preocupe-se com a quantidade neste momento, e sim com a qualidade das mudanças que são realizadas. Faça cada mudança de modo consciente, entendendo como esta mudança será na prática em sua vida e qual é o resultado a ser obtido. Vimos o exemplo da água, que como todos já sabem, é tão necessária ao nosso corpo, porém se for ingerida no momento errado, poderá ser uma verdadeira vilã, por isso, faça cada mudança de modo inteligente, pesquise a respeito, estude, e não desanime, pois você será o maior beneficiado!