Desde o início do monitoramento de casos de microcefalia no Brasil, foram registrados 3.530 casos suspeitos da malformação possivelmente ligados ao zika vírus em recém-nascidos. O dado foi divulgado pelo Ministério da Saúde nesta terça-feira (12) em novo informe epidemiológico.
O boletim também traz os resultados da investigação laboratorial de quatro casos de óbitos, ocorridos no Rio Grande do Norte, com malformação congênita, que tiveram relação com o vírus zika confirmados. Esses casos estavam sendo investigados pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), que enviou os resultados ao governo brasileiro.
Dois desses casos são abortamentos e dois recém-nascidos a termo (37 a 42 semanas de gestação) que morreram nas primeiras 24 horas de vida. As amostras foram positivas para zika no teste laboratorial.
Segundo as investigações realizadas anteriormente pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), todas as quatro gestantes apresentaram febre e exantemas (erupções na pele) durante a gestação. Esses resultados somam-se às demais evidências obtidas em 2015 e reforçam a hipótese de relação entre a infecção pelo vírus zika e a ocorrência de microcefalia e outras malformações congênitas.
No entanto, o ministério ressalta a necessidade de prosseguimento das investigações e pesquisas do número de microcefalias e outras malformações em decorrência de processos infecciosos.
Estados com zika
Segundo o ministério, até o momento, estão com circulação autóctone (ou seja, com transmissão no estado) do zika 20 unidades da federação. São eles: Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Roraima, Amazonas, Pará, Rondônia, Mato Grosso, Tocantins, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná.
A microcefalia é uma condição rara em que o bebê nasce com o crânio do tamanho menor do que o normal. A malformação é diagnosticada quando o perímetro da cabeça é igual ou menor do que 32 cm – o esperado é que bebês nascidos após nove meses de gestação tenham pelo menos 34 cm.
A principal hipótese discutida para o aumento de casos de microcefalia está relacionada a infecções por zika vírus, que foi identificado pela primeira vez no país em abril deste ano. O vírus é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, assim como a dengue e o chikungunya.
Em novembro, o Ministério da Saúde declarou emergência em saúde pública para dar agilidade às investigações, que são realizadas de forma integrada com as secretarias estaduais e municipais de saúde.
O ministério orienta as gestantes a adotarem medidas que possam reduzir a presença de mosquitos transmissores de doença, com a eliminação de criadouros, e proteger-se da exposição de mosquitos, como manter portas e janelas fechadas ou teladas, usar calça e camisa de manga comprida, além de aplicar repelentes permitidos para gestantes.
Número de casos por estado
Os casos suspeitos divulgados nesta terça foram registrados em 724 municípios de 21 unidades da federação. Veja abaixo os estados com mais casos:
Pernambuco - 1.236 casos (35% do total registrado no país)
Paraíba - 569
Bahia - 450
Ceará - 192
Rio Grande do Norte - 181
Sergipe - 155
Alagoas - 149
Mato Grosso - 129
Rio de Janeiro - 122
Fonte: G1