05 / 08 / 2023 - 10h24
Mulheres tiveram de superar preconceito na história dos Jogos

A delegação brasileira nos Jogos Olímpicos do Rio deverá ser composta por cerca de 400 atletas e metade deste grupo será de mulheres. Mas nem sempre foi assim a participação feminina no principal evento esportivo. Na Grécia Antiga, as mulheres eram proibidas de participar dos Jogos. As casadas que fossem pegas assistindo à s competições eram condenadas à morte. Mãe de um lutador de boxe chamado Pisirodos, Kallipateria se fantasiou de homem para assumir a função de técnico. Com a vitória do filho, ela festejou e foi notada pelo público. Só não foi morta porque seu pai e seu irmão também haviam sido campeões olímpicos. Por causa disso, foi instituída uma lei que obrigava os treinadores a se exibirem nus. Coroar os homens.

A discriminação contra as mulheres permaneceu nos primeiros Jogos da Era Moderna, quando os 295 atletas em Atenas-1896 eram homens. O Barão Pierre de Coubertein, fundador do Comitê Olímpico Internacional (COI) dizia que as mulheres só deviam “coroar os homens vencedores”.

A partir daí, o espaço feminino só cresceu nas demais competições, todos os obstáculos foram sendo superados aos poucos, sempre com marcas e recordes expressivos. Obstáculos superados. Em Paris-1924, a nadadora Sybil Bauer ratificou seu favoritismo ao ganhar os 100 metros costas. Dois anos antes, ela batera o recorde masculino. Louise Stokes e Tidye Pickett foram as primeiras afro-americanas a integrar uma delegação dos Estados Unidos, em Berlim-1936. De mesma origem, a saltadora Alice Marie Coachman, em Londres-1948, foi a primeira a conquistar uma medalha de ouro.

O hipismo também foi importante para quebrar barreiras, ao aceitar que os países pudessem escolher os melhores cavaleiros e amazonas para compor suas equipes mistas nos Jogos de Helsinque-1952.Vinte anos mais tarde, em Munique, a amazona britânica Lorna Johnstone, aos 69 anos, se tornou a atleta mais velha a competir nos Jogos. Ela já havia competido em em Helsinque-1956 e México-1968.

Em Los Angeles-1984, a suíça radicada nos Estados Unidos Gabriela Andersen-Scheiss foi personagem de uma das cenas mais emocionantes do esporte em todos os tempos. A atleta entrou cambaleando no estádio, sem rumo, para atingir seu objetivo e concluir a maratona. Em Londres-2012, as duas maiores potências esportivas tiveram uma superioridade feminina em suas delegações. Pela primeira vez, mais mulheres representaram os Estados Unidos: foram 269 moças e 261 rapazes. Na China, a diferença foi maior: 225 a 171. O Brasil foi com 259 atletas, dos quais 123 eram mulheres. No Rio, a previsão é de que 5 mil dos 10.500 atletas sejam mulheres. Nada mais justo.

 

Fonte: Estadão