05 / 08 / 2023 - 10h24
Prass lamenta racismo no Uruguai e espera posição firme do Palmeiras

O atacante Gabriel Jesus foi blindado pelo Palmeiras após o caso de racismo sofrido no Parque Central, na derrota por 1 a 0 para o Nacional, na última quinta-feira. Porém, no desembarque da delegação, nesta sexta, o goleiro Fernando Prass se posicionou sobre o episódio. Um dos líderes do elenco, ele classificou a situação como inadmissível e pediu postura forte do clube para que isso não caia no esquecimento.

– É absurdo. Não vou dizer que surpreende. Ainda mais nos dias de hoje, porque a nossa sociedade está tão maluca em termos de conceito e comportamento que nada mais nos surpreende. Muitos seres humanos foram para um lado irreversível. O que temos é lamentar e ter uma postura firme, mostrar que muito embora entendamos que isso ainda aconteça, que não somos coniventes. E separar da sociedade do bem pessoas que fazem essas coisas – afirmou Prass.

– Cabe às nossas atitudes do dia a dia e às posições fortes de quem comanda que isso não seja tomado, como muitos falam, como uma brincadeira. Temos de ter uma posição firme. Não sei qual vai ser. Dificilmente temos visto posições firmes, que marquem, para condenar isso, mas o Palmeiras vai defender seu atleta e qualquer pessoa que se sinta ofendida e discriminada. Para mim é um dos crimes mais repulsivos que se tem.

Ao final da partida, dirigentes do Palmeiras procuraram o delegado escalado pela Conmebol para mostrar as imagens de um torcedor imitando um macaco diante de Gabriel Jesus, pedindo que o fato fosse incluído na súmula. Nesta sexta, o clube emitiu uma nota oficial, condenando a discriminação sofrida pelo atacante. Segundo Prass, o garoto não se abalou com o caso.

– O Gabriel está com a cabeça boa. A cabeça ruim é de quem pratica esse tipo de ato. O Gabriel tem toda consciência que é respeitado independentemente da sua crença religiosa, da sua cor, da sua origem. Infelizmente ainda temos de conviver com pessoas que não deveriam estar convivendo em sociedade – contou.

O goleiro não acredita que a perda de pontos, por exemplo, seja a solução para o fim do racismo no futebol. No ano retrasado, por exemplo, o Grêmio foi eliminado da Copa do Brasil após uma torcedora chamar o goleiro Aranha, então no Santos, de "macaco". 

– Resolver, não resolve. É uma questão muito mais ampla na sociedade. Passa muito pela educação. A gente que é pai é o maior instrumento modificador disso. É muito importante cada um olhar para dentro da sua casa e ver a educação que está dando para seus filhos.  

 

Fonte: Globo Esporte